Blog
CROMOENDOSCOPIA
CROMOENDOSCOPIA
Hoje em dia há um grande avanço nas técnicas de diagnóstico em Gastroenterologia. Entre elas se destaca a Cromoendoscopia, uma técnica que consiste na aplicação de corantes sobre a mucosa digestiva para facilitar e melhorar a qualidade do diagnóstico, sendo que a coloração da mucosa também permite visualizá-la de forma mais evidente, realçar as características das lesões já detectadas, detectar mais rapidamente as lesões anormais, já que os detalhes da sua superfície sobressaem com a coloração, além de conferir maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico de displasias, metaplasias ou carcinoma nos vários segmentos do tubo digestivo.
A Renylab fabrica uma linha endoscópica de alta Qualidade. Todos os corantes são registrados na ANVISA e possuem Certificado de Boas Práticas de Fabricação.
Corantes para Endoscopia
AZUL DE METILENO
Solução corante utilizada para realçar o epitélio de Barret. O azul de metileno quando utilizado no esófago, permite confirmar a presença de epitélio intestinal especializado em pacientes com segmentos curtos de mucosa colunar, levantar o mapa da extensão e distribuição do epitélio de Barret, tornar menos provável o diagnóstico do esófago de Barret, quando o segmento de mucosa do esófago terminal não se colore por essa metodologia e orientar biopsias para zonas de maior risco de displasia e adenocarcinoma.
https://www.renylab.ind.br/produto/azul-de-metileno/
ÍNDIGO CARMÍN
Solução corante utilizada em todo o tubo digestivo, para destacar os contornos da mucosa, realçando pólipos e pequenas lesões planas, preenchendo pregas, criptas, erosões e ulceras. Pode ser utilizado em múltiplas situações: para destacar o caráter viloso da mucosa de Barret e identificar zonas planas de displasia de alto grau ou carcinoma, para destacar irregularidades da mucosa gástrica correspondentes às áreas de metaplasia ou displasia e no duodeno para destacar o aspecto atrófico da mucosa. Deve ser utilizado na caracterização pormenorizada de lesões macroscópicas e no estudo de mucosas de alto risco neoplásico sem lesões aparentes. Não há nenhum tipo de contraindicação à sua utilização e não necessita de lavagem prévia ou posterior à sua instilação.
https://www.renylab.ind.br/produto/indigo-carmim/
TINTA DA CHINA
Solução corante utilizada usualmente em colonoscopia para destacar os contornos da mucosa, realçando pólipos e pequenas lesões planas e preenchendo pregas, criptas, erosões e ulceras. É utilizado para a demarcação de lesões pequenas e múltiplas da mucosa como recurso pré operatório que facilita o manuseio das mesmas. Não há nenhum tipo de contraindicação à sua utilização e não necessita lavagem prévia ou posterior à sua instilação.
https://www.renylab.ind.br/produto/tinta-nanquim/
LUGOL
Solução corante de particular interesse na detecção precoce de adenocarcinoma epidermóide do esófago. As zonas da mucosa que se tornam amareladas ou rosadas após a instilação merecem particular atenção.
A instilação de Lugol é útil na detecção precoce de carcinomas epidermóides na população considerada de alto risco (indivíduos com carcinoma de cabeça e colo, consumidores de álcool e tabaco em grandes quantidades). Além disso, o Lugol permite uma melhor definição das margens de uma lesão conhecida, diagnosticar outros focos lesionais na mucosa esofágica e avaliar a existência de lesão residual após musectomia endoscópica. Para alguns autores, a grande vantagem do Lugol, não está no seu poder diagnóstico, mas na sua capacidade de delimitar uma lesão. Outros autores atribuem al Lugol uma capacidade significativa de incrementar a sensibilidade de detecção de displasia de alto grau ou carcinoma (de 62% a 96%).
https://www.renylab.ind.br/produto/lugol/
O objetivo desse guia é esclarecer o mecanismo de ação juntamente com as técnicas de aplicação de corantes distintos e mostrar as várias aplicações clínicas que os corantes endoscópicos possuem.
PROPRIEDADES
Os corantes usados em Cromoendoscopia possuem características particulares e objetivos distintos, classificando-se em corantes de absorção, corantes de contraste e corantes reativos.
Corantes de Absorção
Os corantes que possuem essa propriedade tem a capacidade de passar para o meio intracelular através de absorção ou difusão, quando identificam células epiteliais e seus constituintes. As propriedades químicas do corante determinam sua fixação e sua utilidade em diversas situações.
Corantes de Contraste
Os corantes de contraste tem a função de destacar o contorno e a topografia da mucosa, já que não penetram no meio intracelular.
Corantes Reativos
Os corantes reativos identificam as células gástricas produtoras de ácido.
PREPARAÇÃO DA MUCOSA
Antes do procedimento de Cromoendoscopia é comum fazer uma preparação da superfície da mucosa, já que esta está recoberta por uma quantidade variável de material mucoide. Para isso, são utilizados agentes mucolíticos, que são substâncias que quebram e rompem as ligações peptídicas das proteínas que constituem o muco, fazendo com que ele seja mais fácilmente eliminado, pois se torna menos viscoso. Ex: Acetilcisteína, dimetil-polisiloxano, n-acetilcisteína, ácido acético.
Os corantes endoscópicos podem ser aplicados diretamente pelo canal do endoscópio, com a utilização de seringas ou catéteres ou através de spray, técnica mais utilizada. A escolha depende do tipo de coloração e a finalidade a que se aplica.
Tabela 1.
Corante | Propriedade | Cor | Mecanismo de Ação | Concentração | Indicação clínica | Preparação da mucosa |
Azul de Metileno | Método de Absorção | Azul | Se acumula no Citoplasma das Células da mucosa. | Solução aquosa de Azul de Metileno a 0,5%. | Esófago de Barrett e adenocarcinomas | N- acetilcisteína 10% Ácido acético 1% |
Índigo Carmín | Método de Contraste | Azul | Destaca os contornos da mucosa realçando pólipos e pequenas lesões planas, preenchendo pregas, criptas, erosões e úlceras. | Solução aquosa de Índigo Carmín a 0,5% | Lesões neoplásicas identificadas ou não no estômago e cólon. | Não |
Lugol | Método de absorção | Marrom escuro | Afinidade por glicógenio das células dos epitélios estratificados não queratinizados. | Solução de Lugol a 2% | Carcinoma epidermoide de esófago | Agua |
Tinta de China | Método de Contraste | Preto | Ressalta características morfológicas de lesões. Permite destacar os contornos e melhor destacar a topografía da mucosa. | Solução aquosa de Tinta da China a 10%. | Também pode ser utilizado como recurso pré operatório para demarcação de áreas lesionadas. | Não |
CONCLUSÃO
A utilização da técnica de Cromoendoscopia é simples, segura, de fácil realização e barata. A escolha cuidadosa dos corantes de acordo com as situações apresentadas permite uma maior sensibilidade e especificidade, tornando o diagnóstico mais confiável, seguro e de maior qualidade.
Referencias Bibliográficas
1- Fennerty MB. Tissue staining. Gastrointestinal endoscopy. Clin N Am 1994;4:297-311.
2- Gostout C. Early lesions: staining magnifying scopes and mucosectomy. Frontiers oftherapeutic endoscopy. Post graduate course. Colonoscopy 1997; 63.
3- Kim C, Fleischer D. Colonic chromoscopy. Gastrointestinal Endoscopy Clinics N.Am. 1997; 4(3): 423-37.
4- Misumi a , ETAL. Role of lugol dye endoscopy in the diagnosis of early esophageal cancer. Endoscopy 1990; 22: 12-6.
5- Ratilal, P.0; Pires, E.C; Deus, J,R; Novais, L.A: Cromoendoscopia: Porquê colorir? GE vol. 9 2002:340-346
6- Canto M. Methylene blue chromoendoscopy for Barrett’s esophagus: Coming soon to your lgl unit? \endoscopy 2001; 54:560-8